Encarando a dupla de V8, estava o Dodge Daytona, um simpático cupê esportivo 4 cilindros turbo alimentado e tração dianteira, mas seria o suficiente? Na época o Daytona testado era modelo de alto nível tecnológico, e fazia o papel de "carro chefe" da Chrysler, naturalmente que devido a isso, Camaro e Mustang, dois velhos "cansados", sentiram bastante o peso da idade.
Daytona: O único 4 cilindros de tração dianteira do comparativo.
O 4 cilindros 2.2 Turbo de 142 cavalos, permitia o Dodge acompanhar os V8.
Rápido e econômico, uma nova tendência na época.
Internamente o Daytona apresentava um bom conjunto de instrumentos no painel, além dos acessórios digital, com destaque ao indicador que mantinha em um histórico todos os defeitos apresentados no veículo, no restante, seu interior agradava com um conjunto bonito.
Conjunto interno agradável e muito parecido nos três.
Bancos individuais na traseira.
Em 1982, enquanto o Camaro entrava em sua terceira geração, a Motor Trend entregava o prêmio de carro do ano ao Chevrolet. Depois disso, a coisa ficou morna, e o Camaro envelheceu de forma muito rápida, apresentando um conjunto que chamamos por aqui de "sem sal". Os famosos V8 que ultrapassavam os 300 cavalos facilmente ficaram no passado, dando lugar aos discretos 195 cavalos do seu V8 de 5,0 litros. Por outro lado, a suspensão do Camaro estava melhor, garantindo que sua performance fosse boa para uso urbano e para estrada, graças ao perfil baixo. O câmbio mecânico de cinco velocidades também agradava com seus engates precisos.
O Z28 apontava mais para um visual esportivo.
No spoiler lateral, a versão destacava a motorização.
O V8 5.0 rendia 195 cavalos.
Internamente o Camaro apresentava um conjunto mais simples, porém agradável, com comandos fáceis e claros, os bancos e laterais de portas carregavam o nome do modelo, repetidos várias vezes, uma questão de gosto.
Acabamento interno mais simples.
Os bancos levam o nome do modelo, várias vezes.
O Mustang GT apresentava um estilo mais discreto, voltado ao perfil familiar, se comparado ao Camaro e Daytona, seu motor V8 5.0 rendia 175 cavalos de potencia a 4600 RPM, com uma performance que ia do suave ao agressivo.
A mais pacata versão GT do Mustang até hoje.
Faixa no capô e rodas de liga para o Mustang nesta versão.
Apesar do GT, o Mustang oferecia um visual mais 'família´.
No Ford, o conjunto de instrumentos do painel também é de fácil leitura, e como nos concorrentes, segue o mesmo padrão geral, agradando no resultado final.
Painel semelhante ao do Daytona...
...e o melhor espaço interno dos três.
O 305 V8 rendia poucos 175 cavalos.
Já falando em performance, quando colocados na pista de Laguna Seca, os três se saíram bem, mas o Camaro foi o melhor, onde completou a volta em 01:25.4, com média de 126 km/h. Apesar disso, quem surpreendeu foi o Daytona, que ficou em segundo lugar fechando a volta em 01:28.8, com média de 122,94 km/h. O Mustang foi quem ficou na lanterna, finalizando o circuíto em 01:29.0, com média de 121,5 km/h!
O trio ainda disputava o favoritismo com o famoso FireBird Trans Am e seu baixo arrastro aerodinâmico de 0,31 cx, e novamente na minha opinião, leva o título de mais atraente da época. De outro lado também estava o Mercury Capri RS, um GT 2+2 que carrega no seu cofre a mecânica do primo Mustang, porém leva vantagem por ser pouco mais ágil e leve, garantindo melhores resultados que o modelo da Ford.
Do outro lado, ainda as opções do atraente FireBird Trans Am e Mercury Capri RS.
Com um estilo "cara de um, focinho de outro", os modelos da década de 80 seguiam uma tendência onde aliava os V8 com a menor aerodinâmica possível para diminuir ao máximo o consumo de combustível. Camaro e Mustang não eram os destaques da época, mas a diferença nós vemos hoje em dia, com a imortalidade de ambos, mostrando esta bela briga que já dura mais de 30 anos, e quem ganha, acaba sendo nós mesmos, pois quem não gosta de ver quando os gigantes do automobilismo se enfrentam?!
Texto de Andre GeSSner
Fotos: Motor Trend Magazine
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