sexta-feira, 9 de abril de 2010

Recordando - Charger

Com o começo da era Muscle Car no inicío da década de 60, tendo o Pontiac GTO como percursor de tudo, a Dodge ainda não tinha um representante na categoria. Em pouco tempo, Camaro e Mustang já estavam na briga, e a Dodge precisava de um modelo para encarar a concorrência. Nascia então o conceito Charger, aposta da Dodge para o mercado dos Muscle cars. Com linhas baseadas no Coronet, o modelo foi apresentado em feiras de automóveis em 1965, ganhando a aprovação do público.

O protótipo de 1965, que originou o modelo final, lançado em 1966.

Foi então no primeiro dia do ano de 1966 que o Charger chegava ao mercado dos Muscle Cars. O modelo criado por Carl Cameron não era exemplo de harmonia no quesito design, já que as largas colunas traseiras não casavam com o restante da carroceria. Na interna, o Charger era disponível com quatro bancos indivíduais e um painel central que invadia até a parte de trás.
O Charger chegava ao mercado em 1966.

Os fárois escamoteáveis eram elétricos.

Coluna traseira larga, autêntico Fastback.

Tampa de combustível localizada no centro.

Lanterna ocupava a traseira toda.

Muitos mostradores no painel, que apesar de tudo, tinha linhas clássicas.

Iluminação era um dos pontos fortes do Charger.

Internamente o Dodge era disponível com quatro bancos.

O Charger era oferecido com motores dignos da categoria, sendo o 318 V8 5.2 de 230cavalos a versão de entrada. O Muscle ainda tinha outras opções de motorizações: 361 V8 5.9 de 265cavalos, 383 V8 6.3 de 325cavalos e o famoso HEMI 426 7.0 de 425cavalos e quase 68 kgfm de torque. O Charger era oferecido com câmbio manual de três marchas na coluna, automático de três velocidades e o manual de quatro velocidades no assoalho, sendo os dois ultimos exclusivo do HEMI.

Criado para entrar na briga dos Muscle Cars...

...o Charger ainda não acompanhava seus concorrentes.

Em pista o Charger agradou, apesar do desempenho ser pouco inferior que seus concorrentes, fazendo o 0-100km/h em 6 segundos. O modelo era vendido com garantia de 80 mil km ou cinco anos, mesmo assim a produção foi baixa, fechando aquele ano de 1966 com 37.344 unidades produzidas sendo 468 do HEMI.

Versão Hemi de 1966, apenas 468 unidades produzidas deste.

O grande painel central, que por reclamações, deixou a linha em 1967.

A Dodge não estava contente com as vendas do seu modelo, e já cogitava uma reestilização para 1968, isso ainda no final de 1966, já que seu desempenho no mercado era bem abaixo dos Camaros e Mustangs. Para o ano de 1967, um novo motor, o 440 V8 7.2 Magnum de 373 cavalos e 66,3 kgmf de torque, que logo conquistava a preferência do público. O painel central que invadia a parte de trás, foi removido, devido a reclamações, e o Dodge ganhava novos mostradores, assim como alguns cromados a mais na carroceria. Além de tudo, o modelo ganhou melhoria no sistema de freios e suspensão, chegava também a opção com vinil. A concorrência evoluia, e mais modelos chegavam ao mercado, despencando o Charger para 15.788 unidades produzidas em 1967.

Em 1967, a opção do vinil.

A primeira reestilização foi em 1968, como já planejado, deixando o Charger com um desenho totalmente atraente. A grade ainda escondia os fárois, que agora contava com um sistema de escamoteamento a vácuo, ao invés de elétrico do modelo anterior. As lanternas traseiras foram substituídas por um par redondo, dando um ar mais esportivo ao modelo. Era oferecido também a versão 6 cilindros 3.4 de 111 cavalos, que rendia 25,6 kgfm de torque, o famoso Slant Six.

1968 - Primeira Reestilização: Fárois ocultos e nova carroceria.

Tudo mudou no Charger, nascia aqui o ícone norte-americano.

Chegava também ao mercado a versão esportiva R/T, que agitaria a categoria onde era oferecido com o propulsor 440 V8 Magnum, suspensão e freios recalibrados. O câmbio era automático Torqueflite 727 de três velocidades, além do manual de quatro.

Versão R/T (Road & Track), brigava de frente com os SS e GT.

Charger na fabrica.

Foram essas mudanças que mudaram o rumo do Charger, que fechou o ano com 96.100 unidades vendidas, além de mais 17.000 unidades da versão esportiva.

Vários mostradores, digno de um esportivo.

Na linha de montagem.

Para 1969, poucas mudanças, sendo novas lanternas na traseira a maior delas. O modelo ganhou uma grade nova, dividida ao meio, assim como teto solar como opcional. Além disso, chegavam mais dois modelos no mercado o 500 e o Daytona.

Em 1969, nova grade partida na dianteira.

Na traseira, o Charger ganhava novas lanternas horizontais novamente.

No 500 a série era denomidada pela quantidade produzida da versão, onde apenas 392 unidades foram comercializadas e o restante foram para as pistas de corrida. O modelo tinha o vidro traseiro mais arredondado e era disponivél com os motores 440 e 426.

Detalhe do 500.

No 500, uma frente exclusiva.

A versão trazia faixa decorativa e o vidro traseiro acompanhava as linhas da coluna.

O Daytona tinha como objetivo, fazer o que o 500 não fez nas pistas. Poucas horas depois de ser revelado pela Dodge, o Daytona já tinha recebido mais de mil pedidos. Suas opções de motorizações, eram as mesmas do 500. Ele trazia um desenho todo difenciado, a começar pelo alongamento da dianteira, que recebeu um nariz de 18 polegadas, além do grande aerofólio traseiro, onde tinha as laterais como apoio e não a tampa do porta malas, devido a pressão do ar que podia amassar a peça com a velocidade, o que se tornou marca registrada do modelo. Neste ano o Charger fechou com 89.199 unidades produzidas, mantendo o embalo do ano anterior.

Das pistas para as ruas, o Daytona conquistou seu espaço com sua frente alongada...

...e o enorme aerofólio de quase 30 polegadas.

Em 1970, poucas mudanças, o Charger recebeu para-choques cromados integrados com a grade, que perdeu o corte ao meio.

A nova frente, que fez da moldura uma peça só, com o para-chjoque.

A terceira geração nascia em 1971, onde ganhou uma renovação por completo, ficando com a carroceria mais arredondada. As lanternas traseiras agora ficaram quadradas, embutidas no parachoque. Os fárois que antes ocultos, agoram passam a ser apenas opcionais, devido ao novo padrão da época. Além dessas, o modelo ganhou novas entradas de ar no capô, e teve como marco, a último ano para o motor HEMI 426. A versão 440 Magnum perdia naquele ano um pouco de seu rendimento, mas mesmo assim cravava 6,5 segundos ao chegar aos 100km/h. Para este ano a Charger tinha seis versões, Hardtop, 500, SE, R/T e o Super Bee, que trazia um 383 V8 de 335 cavalos. Ficava disponível o 440 Magnum e o Hemi 426 apenas para o R/T.

Nova carroceria com a terceira geração e fárois ocultos apenas como opcional.

Traseira agora com lanternas quadradas.

No R/T, para-choques na cor da carroceria...

...e faixas decorativas.

Chegava também o esportivo Super Bee.

1972 foi marcado pelo fim do esportivo R/T, assim como o Super Bee, que cederam o lugar ao Rallye Package, que trazia esportividade apenas em sua aparência. Neste ano também aconteceu a volta dos fárois escondidos.

Pequenas mudanças para linha 72.

Super Bee e R/T cedia o lugar para a versão Rallye Package.

Nova remodelação na linha em 1973, fez o Charger perder seu encanto. Os Muscle Cars lutavam para se manter no mercado, já que a crise estava presente. Ser um esportivo de motor grande nesta época não era adequado, e muitos passaram para o mercado dos luxo. Neste ano foram produzidos 108.000 unidades.

Em 1973, perdia-se o apelo esportivo.

Começava aqui um novo rumo para o Charger.

Em 1974 novas cores e para-choques, além do detalhe da coluna, que agora trazia um pequeno vidro. O 340 V8 dava lugar ao 360 V8 5.9.

Novo para-choque em 1974.

Poucas alterações, o Charger sentia a crise.

O ano de 1975 foi marcado oficialmente como o fim da Saga dos Muscle Cars, apesar de boa parte dos que fizeram parte da era, ainda estarem em linha, apenas carregando o nome. O Charger era um deles, que continuou no mercado, desta vez seu motor de entrada era o 360 V8, que apresentava a potência de 182 cavalos, deixando o 400 V8 6.6 como o topo da linha, com 192 cavalos. Para 1976, novas versões: Sport, SE e Daytona, ficando como lembrança o velho 318 V8 para a última versão.


Versão Daytona de 1976.

O Charger perdia sua identidade, como mostra este SE de 1976;

Depois disso, o Charger apenas esperou seu fim chegar, deixando o lugar ao seu primo Magnum. Aquele jovem musculoso dos anos 60 parecia cansado e desanimado, onde entrou em extinção em 1978, deixando apenas a lembrança do que foi em 1968.

Não aconteceram alterações em 1977, o modelo estava próximo do seu fim.

1978, o fim do Charger, que de jovem musculoso se tornou um pacato sedan de luxo.

A Dodge ainda mostrava em 1979, um modelo chamado Charger, um carro pequeno de quatro cilindros e 70 cavalos, seu desempenho era bom, e ainda trouxe uma versão especial chamada Shelby. Apesar do bom desempenho o modelo não tinha nada do seu antepassado, e apenas foi um Dodge dos anos 80. Este, durou até 1987, onde na versão Shelby Turbo, atingia os 100km/h em 7 segundos.

Na tentativa de resgatar o nome, a Dodge lança um veículo pequeno chamado Charger, que durou até 1987.

Gráfico de vendas do Charger norte-americano.

Muitos anos depois, com a onda dos retrôs, o Charger estava devolta, desta vez com todo o requinte da linha Dodge, e com as linhas inspiradas em seu distante passado. Apresentado como Charger R/T 2000 o modelo era um concept car, e só foi lançado em 2005, com algumas mudanças em seu desenho, mostrado aqui na Saga SS em 2009.

Charger R/T 2000

Em 2006 a Dodge apresentava a linha Charger, com vários modelos, inteiramente ligada as clássicas versões dos anos 60. Também presente a versão Daytona, que tinha faixas decorativas na pintura. A volta também foi marcada pelo retorno do motor HEMI, capaz de chegar aos 240km/h e fazer o 0-100km/h em 6,5 segundos.

2005 é marcado pelo retorno do Charger.

Versão SRT8

O modelo não chega ser um retrô, mas é o bom e velho Charger rejuvenescido.

O bom e "velho" Hemi está presente no modelo, desta vez 5.7.

Em 2007 a Dodge presenteou os fãs com uma série especial de 1.000 unidades, chamada Super Bee, que vinha na mais berrante cor amarela.

Em 2008 a Dodge apresentou a versão Super Bee, em um amarelo berrante, digno dos anos 70.

Isso responde o motivo do Charger carregar nas costas o título de Muscle Car mais famoso do mundo. Sua trajetória é histórica, encanta, e nos faz gostar mais ainda desse eterno musculoso do passado.



Fonte: Allpar.com
Texto: Andre Gessner
Fotos: Allpar.com

2 comentários:

  1. isso que é carro mas ainda prefiro dodge challenger hemi 426 1970 é simplismente perfeito ele é lindo, charmoso, forte, robusto, musculoso, poderoso e mesmo assim de um charme indescritivel é uma pena não ter nascido naquela época; nunca mais existira nada que se compare a esses "muscle car" verdadeiras criaçoes divinas espero antes de morrer dirigir um apenas escutando o ronco do V8 se existe felicidade isso seria um exemplo

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  2. André, muito legal essa matéria!! Eu fico com o 500 1969 e o Daytona Show!!

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