Foi então no primeiro dia do ano de 1966 que o Charger chegava ao mercado dos Muscle Cars. O modelo criado por Carl Cameron não era exemplo de harmonia no quesito design, já que as largas colunas traseiras não casavam com o restante da carroceria. Na interna, o Charger era disponível com quatro bancos indivíduais e um painel central que invadia até a parte de trás.
O Charger era oferecido com motores dignos da categoria, sendo o 318 V8 5.2 de 230cavalos a versão de entrada. O Muscle ainda tinha outras opções de motorizações: 361 V8 5.9 de 265cavalos, 383 V8 6.3 de 325cavalos e o famoso HEMI 426 7.0 de 425cavalos e quase 68 kgfm de torque. O Charger era oferecido com câmbio manual de três marchas na coluna, automático de três velocidades e o manual de quatro velocidades no assoalho, sendo os dois ultimos exclusivo do HEMI.
Em pista o Charger agradou, apesar do desempenho ser pouco inferior que seus concorrentes, fazendo o 0-100km/h em 6 segundos. O modelo era vendido com garantia de 80 mil km ou cinco anos, mesmo assim a produção foi baixa, fechando aquele ano de 1966 com 37.344 unidades produzidas sendo 468 do HEMI.
A Dodge não estava contente com as vendas do seu modelo, e já cogitava uma reestilização para 1968, isso ainda no final de 1966, já que seu desempenho no mercado era bem abaixo dos Camaros e Mustangs. Para o ano de 1967, um novo motor, o 440 V8 7.2 Magnum de 373 cavalos e 66,3 kgmf de torque, que logo conquistava a preferência do público. O painel central que invadia a parte de trás, foi removido, devido a reclamações, e o Dodge ganhava novos mostradores, assim como alguns cromados a mais na carroceria. Além de tudo, o modelo ganhou melhoria no sistema de freios e suspensão, chegava também a opção com vinil. A concorrência evoluia, e mais modelos chegavam ao mercado, despencando o Charger para 15.788 unidades produzidas em 1967.
A primeira reestilização foi em 1968, como já planejado, deixando o Charger com um desenho totalmente atraente. A grade ainda escondia os fárois, que agora contava com um sistema de escamoteamento a vácuo, ao invés de elétrico do modelo anterior. As lanternas traseiras foram substituídas por um par redondo, dando um ar mais esportivo ao modelo. Era oferecido também a versão 6 cilindros 3.4 de 111 cavalos, que rendia 25,6 kgfm de torque, o famoso Slant Six.
Chegava também ao mercado a versão esportiva R/T, que agitaria a categoria onde era oferecido com o propulsor 440 V8 Magnum, suspensão e freios recalibrados. O câmbio era automático Torqueflite 727 de três velocidades, além do manual de quatro.
Foram essas mudanças que mudaram o rumo do Charger, que fechou o ano com 96.100 unidades vendidas, além de mais 17.000 unidades da versão esportiva.
Para 1969, poucas mudanças, sendo novas lanternas na traseira a maior delas. O modelo ganhou uma grade nova, dividida ao meio, assim como teto solar como opcional. Além disso, chegavam mais dois modelos no mercado o 500 e o Daytona.
No 500 a série era denomidada pela quantidade produzida da versão, onde apenas 392 unidades foram comercializadas e o restante foram para as pistas de corrida. O modelo tinha o vidro traseiro mais arredondado e era disponivél com os motores 440 e 426.
No 500, uma frente exclusiva.
A versão trazia faixa decorativa e o vidro traseiro acompanhava as linhas da coluna.
A versão trazia faixa decorativa e o vidro traseiro acompanhava as linhas da coluna.
O Daytona tinha como objetivo, fazer o que o 500 não fez nas pistas. Poucas horas depois de ser revelado pela Dodge, o Daytona já tinha recebido mais de mil pedidos. Suas opções de motorizações, eram as mesmas do 500. Ele trazia um desenho todo difenciado, a começar pelo alongamento da dianteira, que recebeu um nariz de 18 polegadas, além do grande aerofólio traseiro, onde tinha as laterais como apoio e não a tampa do porta malas, devido a pressão do ar que podia amassar a peça com a velocidade, o que se tornou marca registrada do modelo. Neste ano o Charger fechou com 89.199 unidades produzidas, mantendo o embalo do ano anterior.
Em 1970, poucas mudanças, o Charger recebeu para-choques cromados integrados com a grade, que perdeu o corte ao meio.
A terceira geração nascia em 1971, onde ganhou uma renovação por completo, ficando com a carroceria mais arredondada. As lanternas traseiras agora ficaram quadradas, embutidas no parachoque. Os fárois que antes ocultos, agoram passam a ser apenas opcionais, devido ao novo padrão da época. Além dessas, o modelo ganhou novas entradas de ar no capô, e teve como marco, a último ano para o motor HEMI 426. A versão 440 Magnum perdia naquele ano um pouco de seu rendimento, mas mesmo assim cravava 6,5 segundos ao chegar aos 100km/h. Para este ano a Charger tinha seis versões, Hardtop, 500, SE, R/T e o Super Bee, que trazia um 383 V8 de 335 cavalos. Ficava disponível o 440 Magnum e o Hemi 426 apenas para o R/T.
1972 foi marcado pelo fim do esportivo R/T, assim como o Super Bee, que cederam o lugar ao Rallye Package, que trazia esportividade apenas em sua aparência. Neste ano também aconteceu a volta dos fárois escondidos.
Nova remodelação na linha em 1973, fez o Charger perder seu encanto. Os Muscle Cars lutavam para se manter no mercado, já que a crise estava presente. Ser um esportivo de motor grande nesta época não era adequado, e muitos passaram para o mercado dos luxo. Neste ano foram produzidos 108.000 unidades.
Em 1974 novas cores e para-choques, além do detalhe da coluna, que agora trazia um pequeno vidro. O 340 V8 dava lugar ao 360 V8 5.9.
O ano de 1975 foi marcado oficialmente como o fim da Saga dos Muscle Cars, apesar de boa parte dos que fizeram parte da era, ainda estarem em linha, apenas carregando o nome. O Charger era um deles, que continuou no mercado, desta vez seu motor de entrada era o 360 V8, que apresentava a potência de 182 cavalos, deixando o 400 V8 6.6 como o topo da linha, com 192 cavalos. Para 1976, novas versões: Sport, SE e Daytona, ficando como lembrança o velho 318 V8 para a última versão.
Depois disso, o Charger apenas esperou seu fim chegar, deixando o lugar ao seu primo Magnum. Aquele jovem musculoso dos anos 60 parecia cansado e desanimado, onde entrou em extinção em 1978, deixando apenas a lembrança do que foi em 1968.
A Dodge ainda mostrava em 1979, um modelo chamado Charger, um carro pequeno de quatro cilindros e 70 cavalos, seu desempenho era bom, e ainda trouxe uma versão especial chamada Shelby. Apesar do bom desempenho o modelo não tinha nada do seu antepassado, e apenas foi um Dodge dos anos 80. Este, durou até 1987, onde na versão Shelby Turbo, atingia os 100km/h em 7 segundos.
Na tentativa de resgatar o nome, a Dodge lança um veículo pequeno chamado Charger, que durou até 1987.
Muitos anos depois, com a onda dos retrôs, o Charger estava devolta, desta vez com todo o requinte da linha Dodge, e com as linhas inspiradas em seu distante passado. Apresentado como Charger R/T 2000 o modelo era um concept car, e só foi lançado em 2005, com algumas mudanças em seu desenho, mostrado aqui na Saga SS em 2009.Em 2006 a Dodge apresentava a linha Charger, com vários modelos, inteiramente ligada as clássicas versões dos anos 60. Também presente a versão Daytona, que tinha faixas decorativas na pintura. A volta também foi marcada pelo retorno do motor HEMI, capaz de chegar aos 240km/h e fazer o 0-100km/h em 6,5 segundos.
Em 2007 a Dodge presenteou os fãs com uma série especial de 1.000 unidades, chamada Super Bee, que vinha na mais berrante cor amarela.
Isso responde o motivo do Charger carregar nas costas o título de Muscle Car mais famoso do mundo. Sua trajetória é histórica, encanta, e nos faz gostar mais ainda desse eterno musculoso do passado.
Fonte: Allpar.com
Texto: Andre Gessner
Fotos: Allpar.com
isso que é carro mas ainda prefiro dodge challenger hemi 426 1970 é simplismente perfeito ele é lindo, charmoso, forte, robusto, musculoso, poderoso e mesmo assim de um charme indescritivel é uma pena não ter nascido naquela época; nunca mais existira nada que se compare a esses "muscle car" verdadeiras criaçoes divinas espero antes de morrer dirigir um apenas escutando o ronco do V8 se existe felicidade isso seria um exemplo
ResponderExcluirAndré, muito legal essa matéria!! Eu fico com o 500 1969 e o Daytona Show!!
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